Viagem Sentimental #1
Francisco Camacho
“Um lugar nunca é apenas “aquele” lugar: aquele lugar somos um pouco também nós. Seja como for, sem o sabermos, trazíamo-lo dentro de nós e um dia, por acaso, chegamos lá. Chegamos no dia certo ou no dia errado, conforme, mas isso não é responsabilidade do lugar, depende de nós. Depende de como lermos esse lugar, da nossa disponibilidade para o acolhermos dentro dos nossos olhos e dentro da nossa alma, de estarmos alegres ou melancólicos, eufóricos ou disfóricos, de sermos jovens ou velhos, de nos sentirmos bem ou de nos doer a barriga. Depende de quem somos no momento em que chegamos a esse lugar.”
Antonio Tabucchi in “Viagens e outras viagens”
Neste espectáculo, Francisco Camacho partilha o que o seu olhar abarcou quando primeiro chegou a Loulé, num misto de curiosidade, inquirição e uma estranha familiaridade. A proposta assenta nessa posição de forasteiro que chega a um lugar tentando compreender os seus códigos e as suas gentes, abordando a história dessa localidade e cruzando-a com o seu percurso de vida. Se Loulé é entusiasta e protagonista maior do Carnaval, o coreógrafo, apesar de nunca se ter rendido aos apelos do evento, mascara-se frequentemente em cima do palco e não desdenha encarnar algumas das figuras locais; não sendo crente, uma procissão como a da Mãe Soberana exerce sobre ele um profundo fascínio; e pedalar em cima de uma bicicleta é, por outro lado, um gosto que partilha com tantos louletanos. Desafiado a fazer uma criação a partir de pensar a cidade de Loulé, o coreógrafo devolve o desafio, interpelando, por sua vez, os espectadores a identificar quem é Francisco Camacho.
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Ficha Técnica
concepção e Interpretação - Francisco Camacho
direcção técnica - Hugo Coelho
produção - EIRA
co-produção DeVIR/CAPa (encomenda para a 3ª edição do Festival "encontros do DeVIR")
agradecimentos - José Laginha, Diego Lasio, Luís Guerreiro, Luísa Martins, Luís da Cruz, Horácio Ferreira
A EIRA é uma estrutura co-financiada por República Portuguesa - Ministério da Cultura / Direcção Geral das Artes
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Bio Francisco Camacho
Desde 1988, os espectáculos de Francisco Camacho têm sido apresentados em diversos países europeus, americanos, asiáticos e africanos. Membro fundador e co-director artístico da EIRA, coreógrafo e bailarino, foi galardoado em 1994/1995 com o Prémio ACARTE/ Maria Madalena de Azeredo Perdigão da Fundação Calouste Gulbenkian. Em 1995 e 1997, com o Prémio Bordalo da Casa da Imprensa, na área da Dança. Coreografou e interpretou os solos “O Rei no Exílio”, "Nossa Senhora das Flores" e “E PUR SI MUOVE”, entre outros. Dirigiu várias peças de grupo, designadamente "Primeiro Nome: Le" (prémio ACARTE 1994/95), “Dom São Sebastião”, “RIP”, “ANDIAMO!”. Desenvolveu os projectos “Performers Anónimos” e “Danças Privadas” para espaços não-convencionais. Apresentou espectáculos em co-autoria com as coreógrafas Mónica Lapa, Vera Mantero, Carlota Lagido, Vera Mota e Aldara Bizarro, assim como com os encenadores Fernanda Lapa e Miguel Abreu. Dançou com vários coreógrafos, destacando Meg Stuart / Damaged Goods, Alain Platel / Les Ballets C de la B, Paula Massano, Carlota Lagido e Miguel Moreira / Útero.Estudou dança, teatro e voz em Portugal e em Nova Iorque, nomeadamente no Merce Cunningham Dance Studio e Lee Strasberg Theatre Institute.
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festival criações nacionais
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15 Abril, 21h30
Cine-Teatro Louletano
Av. José da Costa Mealha
8100-501 Loulé
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Viagem Sentimental
Francisco Camacho dança
Sexto Olhar
Lídia Jorge texto
Sara Feio desenho digital em tempo real
Susana Menezes leitura
Roteiros alternativos & itinerários subjectivos
Luís da Cruz e Miguel Mendes roteiro
Jorge Mestre Simão vídeo
o interesse pelo lugar
exposição de fotografia
(foyer de 11 a 15 Abril)
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>12 anos
informações e reservas - 289 414 604
preço bilhetes - 7€